quarta-feira, 13 de maio de 2015

LIMA BARRETO: QUEM FOI?

Entre os inúmeros protagonistas negros e negras que lutaram bravamente contra o preconceito no Brasil. É imprescindível reverenciar o talentoso escritor e jornalista brasileiro Afonso de Henrique Lima Barreto, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 13 de Maio de 1881, hoje treze de Maio de 2015 em vida estaria completando 93 anos de idade. Lima Barreto ficou órfão de mãe ainda na infância, era considerado um aluno excelente na escola, posteriormente foi estudar no Ginázio Nacional, logo egressa na escola politécnica do Rio de Janeiro, porém abandona o curso para trabalhar e garantir o sustento da família, prestando concurso para escriturário indo trabalhar no Ministério da Guerra, onde eclodiria o protagonista do seu famoso livro Triste fim de Policarpo Quaresma.

Seu pai João Henriques queria a todo custo que o filho fosse um doutor, o próprio Lima Barreto comenta sobre isso, em Os bruzungandas “o ensino superior fascina todos (...). Os seus títulos, como sabeis, dão tantos privilégios, tantas regalias, que pobres e ricos correm para ele. Más só são três espécie que suscitam esse entusiasmo: o de médico, o de advogado e o de engenheiro...”. Interessante que sua crítica é atemporal, sagaz, correspondendo a cultura dos cursos ditos de elite, que garante o estatu quo do sujeito. Lima Barreto é conhecido por discorrer através dos seus romances, contos, sátiras e crônicas, críticas severas as injustiças sócias do seu tempo, apontando principalmente a impressa medíocre, a recente libertação, à condição da mulher, às desigualdades sociais, entre outros. Realizando uma radiografia da realidade a qual estava inserido.

Lima Barreto é considerado um escritor Pré- Modernista juntamente com Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. O estilo de Lima Barreto foi alvo de críticas pelos seus contemporâneos, pois apresentava pouca erudição na linguagem, fazendo uso das palavras simples, do coloquial. Direcionando seus escritos a um público especifico, com certeza não era a elite. A experiência proporcionada por uma sociedade racista vivenciada por Lima Barreto felizmente ecoou na produção das suas obras, evidenciando a situação do povo preto. Possibilitando um arcabouço teórico para o enfrentamento ao racismo no Brasil.

Portanto, é notável a contribuição de Lima Barreto para a compreensão de um momento histórico que perpetua até os dias de hoje, tornando essencial o conhecimento deste, pois como aponta Marcus Garvey, “um povo que não conhece sua história é como árvore sem raiz”.

Por: Jean Santos Gomes - Irmandade Sankofa

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