terça-feira, 12 de maio de 2015

13 DE MAIO: UM ENGODO NACIONAL!

Na história contada de cima para baixo
Sinhá Isabel é princesa, boazinha
Vejam o que dizem que ela fez com sua mágica varinha.

Uma tal de Sinhá Isabel
Com sua vara de condão
Dizem ter sido a redentora
Por ter dado a “salvação”

Na história oficial
Sempre somos lembrados
Que num passe de mágica
Uma princesa branca
Libertou todos os negros escravizados

Será que essa história é verdade?
Os negros esperaram pacientes,
Por essa tal de liberdade?

Meu bisavô me contou
Uma história bem diferente
Foram muitos anos de resistência
E de luta dessa gente
Fugiam para escapar dos grilhões brancos
Jamais agiram pacificamente

Não podemos deixar de ter em mente
Que existia o movimento chamado abolicionista
Além dos interesses econômicos
Uma forma de ação capitalista

Tanto foi assim que Sinhá Isabel
Não deu nenhuma importância
Escravizados, libertos, jogados nas ruas
Sem perspectivas ou esperanças

Aboliram as senzalas
Mas não as estruturas da colonização
Libertos sem terra e sem dinheiro
Sem direito à educação
E pensar que até hoje a elite contesta a reparação!
Imagine no dia seguinte então...

Não dá para engolir tamanha farsa
Não temos motivos para comemorar
O 13 de maio foi um engodo
Pretexto para escamotear
A verdadeira realidade
E para a elite branca agradar

E o 14 de maio?
Você já parou para refletir?
Sem terra, sem casa ou educação
Sem saber qual direção seguir

A resposta não está difícil
Observe à sua volta
De escravos, a favelados
Vivem nas ruas, nas encostas
São vítimas das balas perdidas

E quem se importa?

Nos importemos sim!
Lutemos contra os instrumentos de coerção
Não podemos permitir, que o negro continue a limpar o chão
Dos que lhe exploram
Dos que hoje batem as panelas
Dos que desejam terceirização!

Por tanto Sinhá Isabel!
Não cometerei essa atrocidade
De reproduzir a versão da elite
Que até hoje esconde a realidade

Meu bisavô sim, contou a verdade
Que reproduzirei em rima
Por valorizar a sabedoria dos mais velhos

Que conta a história, de baixo pra cima.

Por: Jorsy Nilaja - Irmandade Sankofa

Referência: Sinhá Isabel de Leopoldo Duarte , Revista Fórum

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