quarta-feira, 29 de abril de 2015

DIA INTERNACIONAL DO (A) TRABALHADOR (A)




O dia 01 de maio é marcado internacionalmente como o dia do/a Trabalhador/a ou dia do Trabalho, tal fato ocorreu devido à manifestação realizada em Chicago (1886), nos Estados Unidos, em que Trabalhadores/as foram às ruas reivindicando melhores condições e diminuição da jornada de trabalho de 13 para 08 horas diárias. Durante a manifestação alguns líderes foram presos, posteriormente, julgados e mortos, em homenagem a estes e às lutas travadas pelos trabalhadores historicamente em busca dos seus direitos é que se celebra esta data. No Brasil, o 01 de maio tornou-se feriado a partir de 1925.

O trabalho é considerado enquanto atividade vital humana, no sentido ontológico (MARX, 2004), mas como categoria de análise, assim como qualquer outra é uma construção social que adquire formas históricas. Uma rápida análise sobre termo (trabalho) nos mostra ainda que este conceito sofreu influências cristã, filosófica e econômica, não tendo, por isso uma definição unilateral, mas polissêmica que varia de acordo com o contexto social e histórico. Assim, o trabalho tem sido “expressão de vida e degradação, de criação e infelicidade, emancipação e alienação, atividade vital e escravidão, martírio e salvação, dever social e realização pessoal, sofrimento e produção útil (ANTUNES, 2009). 

No contexto brasileiro o trabalho vem assumindo novas morfologias na sociedade capitalista, temos visto se consolidar relações marcadas, sobretudo, pela precarização das condições de inserção no mundo trabalho. Esta precarização tem atingido de maneira diferente os diversos segmentos da sociedade, sendo os/as jovens negros/as o grupo mais prejudicado com essas novas relações. 

Mesmo tendo aumentado a taxa de empregos formais após a crise de 2008, ainda é inferior o ingresso no mercado de trabalho para negros em relação aos brancos, em 2011 a taxa de desocupação dos jovens negros era de 15,6% e dos brancos 12,4%, quando analisamos a condição social verificamos que os jovens, cujas famílias possuem renda de até um salário mínimo a taxa de desocupação é de 35,2%, já aqueles que têm a renda mensal maior que cinco salários mínimos a taxa é de 6,5% (OLIVEIRA, 2014) evidenciando, portanto, que são os jovens negros e pobres que fazem parte da nova categoria do proletariado brasileiro, denominada por Atunes (2004) de precariado, os quais sofrem duplamente as mazelas da condição de trabalhadores.

Em suma, consideramos que o dia do Trabalhador não pode ser apenas um dia festivo pelas inúmeras conquistas da classe trabalhadora, mas deve ser um dia de luta, sobretudo da população negra, a favor da eliminação das desigualdades raciais e econômicas e por condições de trabalho mais humanas.

Proletários de todos os países, uni-vos (MARX, 1848)!


Por: Caliane Costa dos Santos Conceição

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